segunda-feira, 9 de abril de 2012

Porque é importante estudar inglês?

O idioma mundial

O que os adultos precisam fazer para aprender
Roberta Paixão

Montagem Weigand

Por que é
importante
aprender inglês

Com a economia internacionalizada, o conhecimento do idioma é um pré-requisito cada vez mais importante na disputa por melhores empregos. As empresas que oferecem vagas para trainees eliminam candidatos que não falam inglês. O mesmo critério vale para a contratação de executivos mais experientes.
Dois terços dos 130 milhões de usuários da Internet se comunicam em inglês, e a grande maioria das páginas da rede está escrita no idioma.
É a língua oficial do turismo no mundo inteiro. Até em países tradicionalmente arredios ao idioma, como a França, é possível hoje em dia usar o inglês para resolver os problemas mais freqüentes.
Quem chegou à idade adulta sem saber inglês e agora pretende aprender o idioma com sotaque igual ao de um americano nativo está mirando num objetivo tão inútil quanto impossível. O esforço para falar como alguém que nasceu nos Estados Unidos pode prejudicar a meta que realmente conta. "É mais realista tentar comunicar-se com eficiência. Aprender a falar perfeitamente sobre qualquer assunto, em qualquer circunstância, é quase impossível num curso", diz a professora Sara Walker, uma inglesa que mora há trinta anos no Brasil e presta consultoria a empresas interessadas em treinar seus executivos no idioma mundial. Mas, se o objetivo é aprender inglês para ampliar as chances no mercado de trabalho, conseguir navegar sem problemas pela Internet e tirar proveito das informações que a rede oferece, ou ainda para se fazer entender no exterior, as chances são grandes.
Um adulto terá, naturalmente, mais dificuldade para aprender do que uma pessoa que iniciar o curso mais cedo. Em primeiro lugar, o medo e a vergonha de cometer erros são maiores nos adultos do que entre os estudantes mais jovens. As pessoas mais velhas manifestam, ainda, uma tendência natural de pensar em português e depois traduzir a frase para o inglês, em vez de tentar compreender o sentido da língua. Isso prejudica a fluência e a compreensão do que o interlocutor está dizendo. Esses são alguns dos empecilhos. Em compensação, quando o adulto supera as barreiras e assimila o idioma, dificilmente esquecerá o que aprendeu.
 A facilidade do brasileiro — Se você pretende estudar inglês, considere que, nesse caso, ter nascido no Brasil é uma vantagem. Segundo os especialistas, a capacidade de o brasileiro se expressar no idioma só é menor do que a dos holandeses, escandinavos e alemães. "Entre os povos de língua latina, o brasileiro é o que menos atropela a comunicação", diz Susan Mace, doutora em língua inglesa pela Universidade de Londres e dona da escola Britannia, do Rio de Janeiro. Além dessa facilidade natural, justificada entre outras razões pela influência da cultura americana no país, existe uma quantidade cada vez maior de recursos à disposição dos 700.000 brasileiros maiores de 18 anos matriculados nos cursos regulares do idioma. Há canais de TV por assinatura com toda a programação em inglês, sem tradução ou legenda. A Internet também aumentou a possibilidade de acesso ao idioma. As melhores bancas do país oferecem as principais revistas e jornais ingleses e americanos. As viagens internacionais custam cada vez menos e um número sempre maior de pessoas viaja ao exterior para ter contato com o idioma. Ao todo, existem no país cerca de 100 redes de escolas onde é possível se matricular e ter chances reais de estar se comunicando em inglês alguns anos depois.

Uma série de recursos na Internet
auxilia os estudantes conectados à
rede. Eles vão de dicionários on-line
que fornecem a tradução com um
clique do mouse às páginas que
trazem aulas de inglês
 Como escolher a escola — Em primeiro lugar, a sala de aula nunca pode ter mais de quinze estudantes. "O ideal é que as classes tenham em torno de dez alunos", diz a psicóloga Nadeje Starling, uma das diretoras do curso Brasas, de Belo Horizonte. "Turmas maiores impedem que as dificuldades de cada aluno sejam notadas pelo professor." Uma boa biblioteca, com livros variados, revistas e jornais atualizados, também é vital. Outro aspecto a ser observado, talvez o mais importante de todos, é a qualificação dos professores.
Modelos mais novos de aparelhos
de televisão vêm equipados com um
dispositivo chamado 
closed caption.
Ele permite acompanhar o que está
sendo dito na transmissão em legendas
escritas no idioma original do programa.
Algumas emissoras estrangeiras, como
a rede CNN, transmitem os letreiros
 Ter um professor nativo conta? — Algumas escolas contratam para suas equipes apenas professores que têm o inglês como língua materna (e cobram mais caro por isso). Para um aluno que se esteja iniciando no idioma, isso não faz muita diferença. Nesse caso, a capacidade didática do instrutor importa mais do que o fato de ele ter nascido na Inglaterra ou nos Estados Unidos. Para quem está num estágio mais avançado e pretende ampliar sua fluência, a origem do professor é fundamental. "Se ele for um americano capaz de dar uma boa aula, melhor", afirma a coordenadora do departamento de inglês da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Inês Müller.
 Aprenda fora da sala de aula — Nem mesmo a mais completa explicação em sala de aula pode substituir a motivação do aluno. Quanto mais interesse o aluno demonstrar e quanto mais importante for para ele aprender o idioma, maior será o seu progresso. Essa regra, que a rigor serve para qualquer tipo de aprendizado, é especialmente verdadeira quando se trata de línguas. O grau de exposição ao idioma é fundamental. Além das fitas cassete que fazem parte do material didático (e que podem ser ouvidas no toca-fitas do carro, no caminho do trabalho), existem o rádio, o computador e a televisão. "Quanto mais a pessoa estiver cercada pelo idioma, melhor", diz David Occhiuzzo, diretor da escola Alumni, de São Paulo. "O inglês melhora até mesmo quando a pessoa está ouvindo música sem prestar muita atenção." O certo é que pagar um curso de inglês e apenas freqüentar as aulas é jogar dinheiro fora. É preciso reservar parte do tempo extra para estudar. O mínimo é pelo menos meia hora de estudo em casa para cada hora de aula na escola. É importante ter uma área de interesse e dedicar a ela boa parte das atenções. Estudar o vocabulário específico da economia ou da medicina, por exemplo, é um recurso que ajuda a consolidar o aprendizado do idioma, pois facilita a compreensão dos temas relacionados à área.

Utilizar fitas ou CDs que
acompanham o material
didático é fundamental.
Ouvir músicas em inglês,
mesmo sem prestar muita
atenção à letra, também ajuda
a habituar o ouvido ao idioma
 Tire proveito da tecnologia — Algumas novidades tecnológicas podem ser usadas para complementar o que se aprende na escola. Um dos mais interessantes é o recurso chamado closed caption, presente em grande parte dos modelos de televisão mais novos. O dispositivo, originalmente concebido para auxiliar deficientes auditivos, exibe legendas do que está sendo dito em determinados programas (desde, é claro, que os textos sejam oferecidos pelas emissoras). Muito usados nos Estados Unidos, os letreiros são transmitidos em algumas redes estrangeiras, como no canal de notícias CNN, na língua original do programa. Ele permite associar a pronúncia à grafia da palavra em inglês. O computador também é um bom auxiliar do ensino. Existem programas em CD-ROM que ajudam a ampliar o vocabulário e a aprender como pronunciar as palavras da maneira correta. Jogos de aventura que têm narradores e seguem uma trama também podem ser úteis. Ainda no mundo virtual, é possível aliar a curiosidade pessoal ao aprendizado consultando os milhões de páginas na Internet em inglês. Na rede podem ser encontrados até dicionários que fornecem traduções com um clique do mouse. No endereçowww.study.com, por exemplo, pode-se ter acesso a um curso completo de inglês, com salas de aula, atividade extraclasse e uma área de bate-papo com outros alunos e professor. É cobrada do interessado uma mensalidade de 25 dólares.
As revistas americanas
e inglesas são bom
material de apoio. Lidar
com temas atuais estimula
o interesse pelo aprendizado
 Cursos extensivos x intensivos — Os métodos de ensino estão cada vez mais eficientes. Hoje em dia é comum encontrar escolas que prometem (e cumprem) ensinar ao aluno os conhecimentos básicos do idioma em seis meses. Para aqueles que têm mais urgência, os métodos de imersão — com até oito horas de aula por dia —, como do curso Alumni, de São Paulo, e do Berlitz, que tem filiais nas principais cidades do país, apresentam os primeiros resultados em apenas duas semanas de contato intensivo com a língua. É claro que essa é uma opção de emergência, para quem vai fazer uma viagem de passeio e precisa saber o mínimo do idioma.

Texto extraído de  http://veja.abril.com.br/160998/p_144.html


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